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A Depressão na Visão Fenomenológica Existencial

  • Foto do escritor: Thaís Souza
    Thaís Souza
  • 9 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

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A depressão, sob a perspectiva da fenomenologia existencial, é compreendida não apenas como um conjunto de sintomas clínicos, mas como uma experiência existencial profunda que reflete uma crise na maneira como o indivíduo se relaciona com o mundo e consigo mesmo.

Para a fenomenologia existencial, influenciada por pensadores como Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre, a existência humana é caracterizada pela busca de sentido e pela relação com a própria finitude. A depressão é vista como uma manifestação de uma crise na capacidade do indivíduo de encontrar significado e coesão em sua vida.

Heidegger, por exemplo, introduz o conceito de "angústia" (Angst) para descrever a sensação de desamparo e incerteza que surge quando confrontamos a nossa própria liberdade e a finitude da existência. A depressão pode ser entendida como um estado onde o ser humano se vê paralisado por essa angústia, sentindo-se incapaz de criar significado ou valor em sua própria vida. A sensação de falta de propósito, a desesperança e o vazio experimentados em um quadro depressivo são reflexos dessa crise existencial.

Sartre, por outro lado, fala da ideia de "má-fé" (mauvaise foi) para descrever a forma como os indivíduos podem se enganar, evitando confrontar a liberdade e a responsabilidade inerentes à sua existência. Na depressão, esse conceito pode se manifestar como uma forma extrema de má-fé, onde a pessoa se recusa a aceitar a própria capacidade de moldar seu destino e, em vez disso, se entrega a um sentimento paralisante de impotência.

A visão fenomenológica existencial destaca que, para lidar com a depressão, não se trata apenas de tratar sintomas, mas de auxiliar o indivíduo a redescobrir e reconstruir um sentido de propósito e valor em sua vida. Isso envolve uma exploração profunda das próprias crenças, valores e relações, permitindo que a pessoa enfrente e aceite sua própria liberdade e responsabilidade.

Intervenções baseadas nesta perspectiva podem incluir práticas como a terapia existencial, que se concentra em ajudar o indivíduo a confrontar a sua própria angústia existencial, reavaliar seus valores e encontrar novos significados para sua vida. Essa abordagem visa não apenas aliviar os sintomas, mas transformar a maneira como o indivíduo percebe e vivencia sua existência.

Portanto, na visão fenomenológica existencial, a depressão não é apenas um transtorno a ser tratado, mas um convite para uma jornada mais profunda de autoexploração e reconexão com o próprio ser e com o mundo. É um caminho para redescobrir o sentido da vida e a autenticidade da própria existência, mesmo diante da dor e do sofrimento.

 
 
 

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